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Re: [CANAL 3] Testei os jogos para TK 2000

De: Murilo Saraiva de Queiroz <murilo_at_v...>
Data: Wed, 5 Feb 2003 09:51:53 +0100

----- Original Message -----
From: "mrthielo" <thielo_at_i...>
>
> Muriloq wrote:
>
> > Que legal. Eu também tive esse livro, o professor do primeiro curso
> > de BASIC que fiz me deu de presente, porque eu era o aluno mais
> > novo que ele já tinha tido (eu tinha 9 anos na época).
> > Passei meses tentando entender as equações de projeção 3D que
> > ele dá em um dos capítulos do livro, obviamente sem sucesso,
> > pois a matemática da quarta série não servia pra isso. Eu estava
> > tentando fazer o tanque do Battlezone no CP-400! :-)
>
> O meu "sonho de juventude" também era fazer uma câmera sintética e
> depois um ray-tracer. Fiquei indignado quando percebi a simplicidade
> das equações, quando fui pesquisar na biblioteca no primeiro ano da
> faculdade... Lembro inclusive da aula em que deduzimos as matrizes de
> rotação em torno de x, y e z. Depois que eu descobri o Turbo C e
> subsequentemente o DJGPP e o Allegro... Sempre que posso gasto um
> tempinho brincando com gráficos!
>
Foi exatamente a mesma coisa que fiz... Brinquei muito com isso, no início
com o POV-Ray, depois 3D-Studio, e paralelamente em C. A última
grande "investida" foi quando o laboratório comprou uma Silicon Graphics,
e não sobrou dinheiro pra software nenhum! :-)) Lá fui eu fazer tudo no
braço, no IRIX... :-)) Foi bem divertido.

> Eu tenho quatro exemplares desse livro do Mirshawka! Um dia desses
> estava folheando e babando naquela figura do esquiador feito de
> segmentos de reta... Incrível a magia que aquelas coisas exerciam
> sobre a gente!
>
Eu me lembro disso! Era muito bacana mesmo! :-)) Eu adorava aqueles
navios feitos com o draw (do BASIC) que vinha na Input, também.

(...)
> Não sei se existe correlação direta, mas na época da guerra fria o
> desenvolvimento tecnológico deu um puta salto de onde, acredito eu,
> saíram de brinde os nossos amados videogames e micros clássicos. Hoje
> em dia não há esse balanço de forças bélicas, que faz com que não se
> invista da mesma forma que se fazia em tecnologia (armamentista).
> Tenho a impressão de que aquele foi o grande salto e que hoje as
> coisas crescem de forma meio linear(e olhe lá). Será que é possível
> recriar aquela época nos dias de hoje?
>
Como diiza o Renato Russo, "uma guerra sempre aumenta a tecnologia,
mesmo sendo guerra santa, quente morna ou fria". Não há como negar
isso... Mas obviamente eu prefiro desenvolvimento mais lento com
menos gente morrendo (se bem que isso vai atrasar as queridas
nanomáquinas em algumas décadas...).

Pelo menos outros processos entraram na jogada nos últimos dez anos,
que de certa forma compensam o fato de não haver pressão militar para
desenvolvimento de tecnologia: a disseminação da Internet, o movimento
open-source, a terceirização de desenvolvimento de software para países
em desenvolvimento (Índia, Brasil, etc.)...

> Sabe que é esquisito? Eu curti mais o "Em Busca dos Tesouros" do que
> o Pânico. Acho que foi porque nunca imaginei ver, em um zx81, um jogo
> de tamanha complexidade, comparável com outras plataformas mais
> velozes, e ainda por cima feito por um brasileiro!!
>
Sim, eu não tenho dúvidas que o "Em Busca dos Tesouros" é um dos
melhores jogos que o Brasil já fez. O Amazônia foi mais importante,
devido ao sucesso, e houveram outros tecnicamente excelentes
(como o "Lenda da Gávea"). O recente Outlive é bacana devido
ao desenvolvimento mais profissional, e o lançamento no exterior... Mas
eu achei o "Em Busca dos Tesouros" mais surpreendente que todos
esses, só falta alta resolução (possível no ZX-81 com alguns hacks)
para ele ser tecnicamente perfeito.

Um abraço,

Muriloq
Recebida em Wed 05 Feb 2003 - 00:54:04 BRST

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