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A Entrevista com Gabriel Almog

De: Eduardo Luccas <elucas_at_s...>
Data: Thu, 21 Mar 2002 09:33:33 -0300

Pois bem galera, eis, na íntegra, sem cortes :-D a "entrevista" com o Sr.
Gabriel Almog.

Olha galera, eu adorei, nossa muita informação interessatíssima. Realmente
coloca um ponto final em muito boato. Vcs vão adorar.
E o Gabriel Almog pareceu-me muito gente boa, e disposto a responder nossas
perguntas.

Mas galera, por favor, não saiam publicando essas informações em qualquer
lugar não, isso é exclusividade nossa, eu vou pedir autorização a ele para
colocar no site portanto maneirem.

Bom é isso, mais um ponto pra nós !!!

E agradeçam ao cara, ele anda ocupado pacas e ainda se dispôs a
responder-nos. Eu evitei divulgar o email dele aqui pra evitar uma
enxurrada de emails, seria maus, mas quem quiser agradecer ou tirar dúvidas
adicionais digam ai q a gente da um jeito... :-D

Então leiam e aproveitem !!!

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ENTREVISTA
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CANAL 3: Quando a Dynacom começou a produzir cartuchos para o Atari 2600 ?

GABRIEL ALMOG: Foi em 1981(são mais de 20 anos atras !), precisamente para
atender o Dia Das Crianças e Natal daquele ano.

CANAL 3: Parece-nos que ela foi uma das pioneiras na fabricação dos
cartuchos de Atari por aqui, não ? Gostaria-mos de saber quais dificuldades
e curiosidades ocorreram.

GABRIEL ALMOG: A idea surgiu em função de uma consulta da Fotoptica quena
epoca comercializava produtos eletronicos. Existiam na época um grande
numero de consoles importados, trazidos diretamente de Miami ou Paraguai
pelos usuários (ou por outros...), mas haviafalta de cartuchos. Como a
importação propriamente dita de produtos acabadosera proibida naquela
época, surgiu a idea de produzir localmente. A maior dificuldade que
tivemos foi na gravação das memórias já que no Brasil havia apenas um
gravadoradaptado apartir de um Micro chamado "Fast", contendo apenas um
soquete e que levava 4 minutos para gravar 2 Kbits de memoria(!), ou seja,
nada "Fast"...Para poder atender o lote inicial de 5 mil peças tivemos que
revezar durante24 horas de quase 3 semanas (incluindo o tempo de teste e
dos defeitos de gravação) !!!

CANAL 3: Foi dificil extrair os dados dos cartuchos para a reprodução ?
diziam, na época, que os cartuchos não poderiam ser copiados...

GABRIEL ALMOG: Não foi dificil. Precisava apenas descobrir que a ATARI usou
memoria ROM cuja"chip enable" era positivo, enquanto que todas as memórias
gravaveis da época só aceitavam este comando na polaridade negativa.
Acrescentamos então um transistorde comutação (rápido) que fazia o papel do
inversor deste sinal.

CANAL 3: Os cartuchos do Atari 2600 com mais de 4 Kb necessitavam de um
circuito de "bank-switching" para paginar a memoria. Como foi o
desenvolvimento desse tipo de circuito ? Ainda existe alguma documentação a
esse respeito ?

GABRIEL ALMOG: Este foi um outro " break through" na época...Não havia
absolutamente nenhuma documentação sobre a técnica específica utilizada
pela ATARI para vencer o limite de4 K de endereçamento disponíveis no
conector do cartucho. O jeito foi a análise dos dados para gerar uma
"engenharia reversa". Descobrimos então que no fim de cada bancode 4 K
havia como dado o proprio endereço...bastava endereçar esta posiçãoqueum
circuito decodificadorchaveava alternadamente entre os bancos. Nos
cartuchos originais este circuito fazia parte integrante do Chip da memória
(não aparecia em separado como um chip adicional etc.), e por istoera
dificil de descobrir como funcionava (era tudo feito internamente). O nosso
decoder obviamente foi feito na época com circuitos discretos de lógicaCMOS...

CANAL 3: Por falar em desenvolvimento, a Dynacom chegou a desenvolver algum
jogo ?

GABRIEL ALMOG: Sim (!) e foi um desastre comercial....Como era dificil
concorrer com jogos (que requerem uma equipe dedicada de 4-6 pessoas -
involvendo: criaçao do enredo; visual dos personagem e scenarios; musica;
programação em linguagem de maquina, etc.- trabalhando no minimo 6 meses,
sem garantia do que o investimento seria bem sucedido), resolvemos partir
para a area Educativa - lançamos então o "Mega Boy" - um console baseado no
chip ATARI que operava com pilhas e quetinha jogos de matemática,
conhecimento de Ingles etc.

CANAL 3: Ainda, os jogos da Dynacom tinham todos o nome da empresa na tela.
Comovocês alteravam as incrições ? tinham conhecimento da estrutura de
programação do Atari ?

GABRIEL ALMOG: Pois é...antes da existência da Lei de Informática os
programas em si não gozavam de proteção de direitos autorais,somente as
Marcas comerciais. Estavamos preocupados então em não ter marcas de
terceiros nos nossos cartuchos. Novamente aqui foi necessária a análisedos
programas (chegamos a desenvolver um "descompilador" tupiniquim que
ajudava...)até descobrir a técnica utilizada por cada programador
(diferente!) para gerar a marca de sua empresa na tela. A partir daí a
substituição foi muito fácil. Havia casos onde o programa tinha um comando
de "Check-sum", e qualquer alteração do conteudo dos dados não permitia
rodar o jogo ! Nestes casos ou criavamos um by-pass para este comando, ou
se isto tambem inabilitava o jogo, "desenvolviamos" uma marca cuja dados
(hexa) tinha na soma totalo mesmo "check-sum"...chi - estou revelando
muitos segredos que pouca gente daqui conhece...!

CANAL 3: Conte-nos um pouco sobre o Dynavision 1. Esse console é um dos
preferidos do pessoal !

GABRIEL ALMOG: Olhando para os 20 anos que passaram, este console não
deixahoje muitas saudades...Era feito com placa de circuito impresso de
face única, cheio de "jumpers" (pouco ou nada confiáveis...), mas trazia
algumas "novidades": conectores frontais para os Joysticks, silenciamento
da TV na troca do cartucho, Joysticks "anatômicos" com botão de tiro que
aguentava a pressão sem arreiar, uma maleta (sic.!)....

CANAL 3: A Dynacom acabou sendo o principal concorrente da Polyvox na
época. Lembro de ter lido que vocês chegaram a pensar num acordo onde a
Dynacom desistiria do Dynavision e teria, em troca, assegurada uma "fatia"
considerável da produção de cartuchos. Isso é verdade ? Se sim, conte-nos
um pouco da história.

GABRIEL ALMOG: Houve somente uma "visita" do pessoal da Gradiente-Polyvox,
mas não chegamos a traçar nenhum acordo ou estratégia mercadológica.

CANAL 3: Foi o Sr. quem bolou as modificações, em relação ao original, no
Dynavision ? Como por exemplo o silenciamento da TV, o desing totalmente
diferente dos outros "clones" ?

GABRIEL ALMOG: Sim. Vcs devem entender que a "empresa" Dynacom contava na
época somente com 4 pessoas...Eu, meu sócio Jerry (que atuava na área
comercial), um técnico (que montava os protótipos), e uma secretária.Um
ano depois já eramos 80 pessoas !

CANAL 3: Um dos grandes pontos da propaganda do Dynavision era o fato que
eleutilizava o microprocessador 6502 ao invés do 6507 normalmente utilizado
no Atari. Por que a Dynacom resolveu utilizar ele ? Apesar de superior em
termos de endereçamento de memória e interrupções, o set de instruções e o
clock eram os mesmos ? Não saia mais caro ?

GABRIEL ALMOG: Era somente uma estratégia de Marketing (criar um gancho
com o Apple...) - na prática não havia vantagem, portanto abandonamos este
conceito logo em seguida.

CANAL 3: Chegamos a ver, notadamente publicado na revista Video News da
época, umDynavision com um design ligeiramente diferente: as tomadas do
joystick ao invés de serem na frente e embaixo era na parte de cima ao lado
das chaves
"game reset" e "game select". Isso foi um protótipo ? chegou a ser lançadoa
publico ?

GABRIEL ALMOG: Era um protótipo - nunca foi lançado.

CANAL 3: O que o Sr. achava dos concorrentes, e dos produtos, no campo do
Atari ? - e sobre os concorrentes, e produtos, de outras linhas de
videogame como a Phillips com o Odyssey, Sharp/Digiplay com o
Intellivision, a Splice com o Splicevision ?
GABRIEL ALMOG: No campo do Atari surgiram concorrentes principalmente de
cartuchos. Os de consoles que eram Polyvox, Milmar eCCE viamos sempre como
"colaboradores" em promover e reforçar o sistema no Brasil (em detrimento
dos outros sistemas), que no fim resultava em venda maior de cartuchos, no
qual eramos os mais fortes. Quando o numero de concorrentes de cartuchos
ultrapassou a marca dos 20 (!), chegamos a fazer um "dumping" de um ano,
mantendo o preço fixo com inflação anual de 220 %... ! No fim daqueleano
sobraram apenas os 3 que tinham tambem consoles e acessórios. Os
concorrentes das outras linhas nunca nos preocuparam - sabiamos que o
sistema "padrão" era o Atari e todos os demais estariam fadados a
desaparecer, como de fato ocorreu.

CANAL 3: A Dynacom nunca considerou a possibilidade de lançar outros
modelos do Atari, como o Atari 5200, o Atari 7800, mais recentemente o
Jaguar, e até os computadores da Atari ? Por que ?

GABRIEL ALMOG: Não. Porque sempre buscavamos sistema consagrado e aceitos
como um padrão mundial - na época existia a Apple e mais tarde, o PC da
IBM. Na única tentativa de sair deste conceito, chegamos a lançar em 1986
um micro colorido (MX-1600) baseado no TRS Color, mais em função da
disponibilidades dos Chips "Off-the-Shelf" - e quebramos a cara - foioutro
desastre comercial,porem como lição, nos fez migrar para a linha PC/XT e
mais tarde para o AT/386.

CANAL 3: Falando do Odyssey: a Dynacom "ameaçou" (ou nao) lançar o famoso
módulo "the Voice" para o Odyssey. Até propaganda foi feita. O que
aconteceu ? Não foi lançado realmente ? Por que ? Parece-nos que a Dynacom
expôs um protótipo numa edição da UD. Esse protótipo ainda existe? Foi
feito algum acordo com a Philips ? Esse é outro assunto que o pessoal
perguntou muito se o Sr. tiver mais alguma informação e pude nos contar,
ficaremos gratos.

GABRIEL ALMOG: Na verdade foi um interesse da propria Philips, que iria
fornecer o Chip- mas desistimos de lança-loporque achavamos que o preço
seria muito caro e a quantidade não representativa. Não creio que o
protótipo ainda exista...

CANAL 3: voltando ao assunto Atari, a Dynacom lançou um console portátil,
um "must" entre os entusiastas de hoje. Trata-se do Megaboy. Muitas
curiosidades e boatos existem sobre esse console e gostaríamos que o Sr.
nos esclarecesse: Ele foi lançado com uma ênfase educacional, mas numa
época em que o Atari já não era mais "moda". Qual foi a intenção da Dynacom
ao lança-lo ? O cartucho que acompanhava o aparelho, ele foi 100%
desenvolvido pela Dynacom ?

GABRIEL ALMOG: A intenção era de lançar um produto "pseudo" portatil (ainda
precisava da TV...) com enfoque educativo, achando que este mercado era
pouco explorado no Brasil (havia o "Pense Bem" etc.). Sim - o cartucho que
acompanhava foi 100% desenvolvido por nos.

CANAL 3: esse cartucho tem 64Kb de memoria e obviamente um sistema de
"bank-switching". Como funcionava no caso deste cartucho ?

GABRIEL ALMOG: Se minha memória não me falha, utilizamos uma PAL gravada
com todos os endereços de acesso aos bancos.

CANAL 3: O megaboy usava um circuito integrado de 48 pinos, denominado
6592. Esse chip continha os tres chips normalmente usados no Atari, o 6507,
o 6532 e o 6526. Ele foi desenvolvido pela Dynacom ? Se sim, foi feita
algum tipo de
engenharia reversa para isso ? Se não onde a Dynacom comprava os chips ? o
Sr. tem alguma documentação a respeito dele, como data-sheets ou manuais ?
sabe onde poderia-mos obtê-lo hj ? isso incita grande curiosidade e
necessidade por parte de vários membros no nosso clube, uma vez que estamos
desenvolvendo alguns projetos, como um Atari portátil com tela e tudo, e
esse chip é de suma importância.

GABRIEL ALMOG: O Chip foi idealizado pela Syntek de Taiwan que já produzia
anteriormente todos os Chips do Atari feitos atraves da Engenharia Reversa.
Posso tentar conseguir alguma documentação, mas com certeza nãoseriamem
forma de arquivo eletrônico...

CANAL 3: Existe um boato, ou não, que circula há muito tempo entre os
colecionadores, principalmente estrangeiros (dai pensar se tratar de
boato), que gostariamos que o Sr, finalmente, colocasse um fim: que só
foram fabricadas 500 unidades do Megaboy e nada mais. Isso é verdade ? Ou
não ? eu acredito q isso seja boato pq ja vi alguns megaboys e o numero de
série deles era da ordem de 22.000 pra cima.

GABRIEL ALMOG: A quantidade produzida no Brasil foi muito pequena - cerca
de 5 mil unidades (o numero de serie raramente começa no Zero...). Porem
vendemos o projeto para um fabricante de Hong Kong que chegou a fabricar
cerca de140,000 unidades (exportados principalmente para a França), nos
pagando Royalties enquanto havia margem - isto durou cerca de 2 anos.

CANAL 3: Prosseguindo, depois da febre do Atari começou outra mania, a da
Nintendo. Vários fabricantes lançaram videogames e cartuchos compatíveis;
foi uma "onda" disso, embora em minha opinião não foi tão "frenética"
quanto a do Atari. O que o Sr. acha ?A Dynacom também lançou versões NES do
Dynavision, como o Dynvision 2, o 3 e o 4. Conte-nos um pouco sobre eles.

GABRIEL ALMOG: Para nos a volta ao Video Game, desta vez com o NES foi a
salvação comercial, saindo a tempo da "reserva de mercado", quando o Collor
assumiu e liberou as importações, e o pior -nivelando a Dolar paralelo ao
oficial - esta era a ultima barreira que até então dava vantagens para os
"fabricantes" nacionais de PC (na tutela da Lei de Informatica). O Atari
obviamente implacou porque era o primeiro console que permitia a troca do
jogo. O NES não gerou tanto entusiasmo porque continuava sendo de 8 bits,
embora a apresentação de seus jogos era incomparavelmente melhor - haja
visto que este mesmo console (após sofrer varias plásticas e integrações, é
claro...) continua sendo produzido por nos até hoje (Dynavision Radical etc.)

CANAL 3: Os circuitos dos cartuchos do NES são relativamente complexos,
existem muitos métodos de "bank-switching" dos bancos de memória. Como a
Dynacom desenvolveu isso ? Ainda existe alguma documentação a respeito ?

GABRIEL ALMOG: No caso do NES nunca chegamos a "fabricar" os jogos já quea
partir de 1990 a importação era possível. Compravamosjogos já produzidos
por terceiros que se preocupavam com os detalhes...desculpe decepciona-lo.

CANAL 3: A Dynacom tinha alguma preferencia pelos "modelos" de cartuchos,
haja visto que existem o "japones" (de 60 pinos) e o americano (de 72
pinos) ? e por que ?Algum comentário/curiosidade/etc sobre essa época do NES ?

GABRIEL ALMOG: Não - como achavamos que no Brasil os 2 tipos seriam
comercializados, dotamos os consoles com ambos os conectores...Nos últimos
anos, como não mais se encontra a venda (ou locação) estes cartuchos,e
tampouco são produzidos aqui, retiramos o conector de 72 pinos para
baratear o console eoferecemos em forma de brinde alguns jogos.

CANAL 3: A Dynacom lançou também o MegaVision, que era um console
compatível com o MegaDrive. Parece-nos que ficou pouco tempo no mercado.
Conte-nos um pouco sobre isso. A Dynacom teve problemas legais com a TecToy?

GABRIEL ALMOG: Sim tivemos problemas - alguns dos consoles (uma parcela
pequena e inexplicável) tinha no Chip controlador de video com dados
gravados com a frase "Licenciado pela Sega" - eram Chips de um fabricante
de engenharia reversa que não se preocupou em retira-los, e que foram
acrescidos alí pela Sega para aparecerem na tela da TV toda vez que era
colocado cartucho desenvolvido por empresa independente NÃO LICENCIADA pela
Sega. Esta prática de gerar uma mensagem falsa, dando a impressão de que o
fabricante do cartucho alega estar "licenciado" (esta licensa não é
necessária), quando na verdade não o é,foi considerada uma prática desleal
e julgada portanto como improcedente nos EUA num julgamento CONTRA a Sega.
Infelizmente no Brasil esta tese não foi sequer "considerada" pelo perito
(e por conseguinte, pelo Juiz do caso), e aíresolvemos interromper a
produção/comercialização deste console preferindo não incorrer emrisco de
gerar volume de venda que poderia ocasionar compensações.

CANAL 3: A Dynacom chegou a lançar algum videogame compatível com o Super
Nintendo ?

GABRIEL ALMOG: Não.

CANAL 3: Agora com relação a microcomputadores:
a Dynacom lançou o MX 1600, que era um micro compatível com a linha TRS
Color. O que fez a Dynacom partir para o ramo de micros ? valeu a pena ?

GABRIEL ALMOG: Veja resposta acima.

CANAL 3: Correm boatos também a respeito de um micro compatível com o MSX.
A Dynacom chegou a lançá-lo ? Por que ?

GABRIEL ALMOG: Veja resposta acima.

CANAL 3: Chegou a considerar a possibilidade de lançar outras linhas de
micros da época, como o ZX Spectrum, Apple II etc. ?

GABRIEL ALMOG: Veja resposta acima

CANAL 3: Conte-nos um pouco sobre como a Dynacom passou a produzir outros
tipos de artefatos, quando o mercado de videogames e micros começou a cair.

GABRIEL ALMOG: Como o game é um produto sazonal, buscavamos alternativas
que não sofrem do mesmo mal...Começou com Iluminação de Emergência e depois
com os Telefones (com e sem fio).

CANAL 3: Como está a empresa nos dias de hoje ? O que a Dynacom fabrica ou
representa ?

GABRIEL ALMOG: Hoje a Dynacom conta com um grupo de empresas coligadas - a
Almma Eletronica da Amazônia produz em Manaus todos os produtos
eletro-eletronicos. Em São Paulo temos a Interplastic que produz
principalmente peças injetadas plástica para a industria automobilística.
Recentemente montamos a Versacom Industrial da Amazônia com o objetivo de
produzir Celulares, inicialmente com tecnologia CDMA (em acordo com a
Hyundai), e posteriormente, GSM.A Holding do Grupo opera sob a razão social
de "Marcap - fomento Mercantil" e fornece para as demais empresas todos os
serviços administrativos/financeiros/contábis/RH/compras e vendas.

CANAL 3: Como o Sr. viu a Reserva de Mercado ? Foi bom ? Foi ruim ? Por que?

GABRIEL ALMOG: Ruim para o Brasil e bom para alguns "fabricantes" que
souberam aproveitar na época. O micro é um *instrumento* de trabalho e de
gerar riquesas -não deveria existir portanto umabarreira ou dificuldade
para sua ampla distribuição e uso. A xenofobia militar de "desenvolver e
preservar a independencia tecnologica" foram a razão da Lei de Informatica.
Nada disto se mostrou eficaz. Na minha humilde opinião - cada país deveria
se concentrar naquilo que tem de melhor, exportanto-o, enquanto importa
aquilo que pode torna lo mais eficiente no primeiro.

CANAL 3: A Dynacom ainda fabrica o Dynavision Radical 4. Ele é um
compatível com NES. Por que Dynacom ainda o fabrica ? Para nós entusiastas
é uma boa notícia, não queremos que parem de fabricá-lo, ao contrário, mas
tecnicamente é um videogame já antigo. Ele vende bem ? O Sr. teria alguma
estatística de quem compra o aparelho ? Mercadologicamente isso é
interessante ?

GABRIEL ALMOG: Por incrível que possa aparecer, este console ainda vende
cerca de 150,000 unidades/ano. Já achamos que ele iria desaparecer há
muitos anos atras, mas esta aí "firme"já faz 12 anos ! A razão é muito
simples - ele é o Video Game mais barato do mercado, e enquanto as crianças
de ontem buscam consoles mais avançados, as novas gerações, embora emfaixa
etária cada vez menor, o compram como seu "primeiro Video Game".

CANAL 3: Dai vem a pergunta, e ao mesmo tempo sugestão, mais pedida: Quala
possibilidade de a Dynacom voltar a fabricar o Dynavison 1 (Atari) e o
Megaboy, cartuchos e até o The Voice ? Em termos de mercado talvez não
fosse tão interessante mas o Sr. pode verificar que o Atari e seus
cartuchos são os preferidos em sites de leilão e de anuncios. Fica a nossa
sugestão para tal, a Dynacom poderia re-lançar eles num esquema "special
edition" ou algo assim por tempo determinado ou
até que o mercado absorvesse a demanda a qual, o Sr. pode acreditar, existe
e não é pequena. A procura pelos jogos e aparelhos antigos está em alta.

GABRIEL ALMOG: Esta possibilidade poderia até ser viável quando a empresa
era de menor tamanho. Infelizmente hoje com sua estrutura cara e
especializada, alocar pessoal de outros projetos para estes não me parece
uma opção. Sorry...

CANAL 3: Se o Sr. tiver mais algum comentário, curiosidade, sugestão,
conselho, enfim, fique a vontade.

GABRIEL ALMOG: Gostei do conteudo preciso e objetivo das perguntas e espero
ter respondido a altura das expectativas.

CANAL 3: Agradecemos sua atenção.

GABRIEL ALMOG: Abraços a todos e espero que Vcs mantenham esta chama acesa
por muitos anos !

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[]'s
Eduardo Luccas
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elucas_at_s... - eduardo_at_a...
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Recebida em Thu 21 Mar 2002 - 04:32:01 BRT

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