>
>
>Ah, sei lá, acho que tb não é bem assim.
>
>Veja, esse tipo de coisas era a única saída para a indústria na época.
>
>Tudo devido a lei da Reserva de Mercado. A lei, a meu ver, tinha boa
>intenção, o desenvolvimento da indústria nacional, mas por outro lado ela
>acabou institucionalizando aqui uma "pirataria legalizada"; por isso não
>concordo muito que o termo "pirata" seja aplicado mas isso é outra história.
>
Realmente. A intenção da Lei era boa, mas foi realmente mal conduzida:
talvez se a abertura de mercado tivesse começado antes e de forma mais
gradual, as empresas teriam tempo de se adaptar e sair da comodidade que
foi quebrada abruptamente...não lembro se haviam incentivos fiscais, mas
se houvessem, como esses que hoje em dia são dados p/ as montadoras
automobilísticas gringas acredito que a indústria de hardware brasileira
seria comparável a da Malásia, talvez... é inacreditável que uma
indústria como a Ford da Bahia, a indústria mais moderna do mundo receba
tanta mamata (pq escolheram o Brasil e não os EUA ou a Alemanha, será
que é por ser automatizada e quase não criar empregos diretos?!). Pq não
deram essa mamata p/ o Gurgel que se f.... tentando criar uma indústria
nacional de automóveis sozinho?!
Acredito que empresas como a Microdigital, que chegou a se aventurar a
fabricar PCs (286 e 386), hoje estivessem concorrendo com a Itautec,
única grande sobrevivente desta época...
>Porém teve seus méritos sim: apesar de copiar muita coisa, quase nunca era
>igual sempre houve uma "melhora" ou aperfeiçoamento dos produtos. Em maior
>ou menos grau os japoneses fizeram isso tb... E havia engenheiros muito
>bons pq fazer engenharia reversa em alguns equipamentos não é tarefa trivial.
>
Acredito que os brasileiros sejam tão caprichosos quanto os alemães,
apenas sofrem restrições muito mais fortes...
>Em minha humilde opinião, acho que o que foi feito aqui na época é bem
>melhor do que é feito hoje nos taiwan da vida. Os equipamentos tinham boa
>qualidade (tanto que funcionam até hoje), continham certos aperfeiçoamentos
>e "traduções" quando necessários e fez com que contassemos com um bom
>sortimento de coisas, na época úteis, hoje muito interessantes. Não que não
>tinha "porcarias" mas certamente tinha mais coisas boas do que ruins.
>
É, Japão começou assim, teve todos os incentivos e hoje é o que é. O
Brasil não teve os incentivos que o governo japonês implementou e é o
que é hoje... A China (continental) está como o Japão começou: copiando
produtos de qualidade e fazendo m.... a preços mínimos. Se a China
conseguir manter o crescimento atual e incrementar a qualidade, em
algumas décadas estará concorrendo com o Japão.
Desculpem se ficou muito OFF..
Alvaro.
Recebida em Thu 31 Oct 2002 - 07:16:40 BRT