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msX-Files - 4

De: Eduardo Loos <loos_at_z...>
Data: Tue, 21 Dec 1999 23:44:35 -0200

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| Arquivo no. 004|
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Primeiro vamos falar de MSX 2. Como todos sabem, o MSX 2 e' um projeto de
1985, e na minha modesta opiniao, o maior avanco dentro do universo
MSXzeiro. Muitos discordam, afirmando q o MSX 2 e' ruim, etc e tal. N
importa, foi qdo tornou-se padronizada a expansao de memoria (Memory
Mapper), a VRAM ganhou um tamanho decente (128 Kb) e o MSX ganhou um bom
VDP, o V9938 da Yamaha. Como todos sabem, ele tb emula o antigo TMS9218,
logo mantem a compatiblidade. O primeiro anuncio dele no Brasil surgiu na
MSX Micro no. 5, e ja' mostrava algo realmente avancado p/ a epoca: Um MSX
c/ CD-ROM. No caso, o "CD-ROM" era um CD-player da Philips. E' provavel q os
CDs p/ aquele micro eram lidos via porta do cassete.

Como assim, porta do k-7? Simples, o CD tem as trilhas recheadas de
software, como se fosse uma fita K-7. So' q vc tocava num CD-player normal,
e o sinal entrava pela entrada normal de cassete, q qualquer MSX (ate'
aquela epoca) tinha. Por sorte a Gradiente n 'padronizou' a saida do
cassete, senao estavamos fritos.

Aproveitando q citamos a Gradiente, ela lancou alguns perifericos junto c/
o seu MSX: monitor monocromatico de 12 polegadas, joystick (design copiado
do joystick da Canon, se n me engano - e n gostava dele, muito mole!), um
data-corder (por sinal muito bom - lembro-me de ter visto gente c/ CP-500
usando o DR-1 da Gradiente) e um modem, o TM-1. Esse modem era engracado,
quem olhava de relance jurava q era um drive de 5 1/4", pois ele era externo
(obvio) e parecia um pequeno tijolo cinza... Alcancava as 'incriveis'
velocidades de 300 e 1200/75 bps (V21). Convenhamos, em tempos de 33600 bps
(n conto o 56 K pq e' um macete, nao uma conexao), falar em 300 e' piada.
Vai ditando os bytes q sai + rapido! Mas naquele tempo, 1986, isso tudo era
novidade. Alem do +, o modem tinha n uma UART, ou seja, uma Universal
Asychronous Receiver Transmitter. E o q ela faz? Controle de uma porta
serial. Embora o MSX n tivesse uma porta serial padrao RS-232 direto no
micro (uma economia porca, na minha opiniao), vc podia colocar uma. Os 1os.
modems eram fudebas, assim como as interfaces seriais q surgiram depois.
Eles usavam uma UART antiga, a 8251. So' recentemente alguns grupos tiveram
a ideia de fazer interfaces serias c/ UARTs + novas, usadas em PCs (16550).
Assim, podemos controlar via serial modems de ate' 19200 bps (no caso do
Z80) e 56 Kbps (no caso do R800).

E as editoras? Comecaram a pipocar livros sobre o padrao. A maioria e' uma
simples coletanea de programas mal-feitos ou q faziam algumas coisas
idiotas. Nada didatico, diga-se de passagem. Surgiram entao muitas editoras
publicando material sobre o MSX: McGraw-Hill (hj Makron Books), Campus,
Manole, Atlas, entre outras. Algumas surgiram por causa do MSX, outras
reforcaram o seu ganho c/ livros sobre aquele micro. Mas nenhuma editora foi
tao bem sucedida como a Aleph. C/ certeza, o prof. Pierluigi Piazzi deve se
orgulhar de ter sido um heroi p/ muitos dos jovens daquela epoca. Uma das
coisas curiosas q ele nos contou foi q eles eram muito elogiados, pois alem
dos programas q estavam nos seus livros estarem completos, eles funcionavam
(isso era um 'agravante'!). E toda uma geracao de MSXzeiros foram formados.

Pq o sucesso da Aleph? Alem do material dele ser de qualidade, era muito
bem escrito. Quem n se lembra daquele cientista maluco, careca e de bigode
branco, q a Aleph lascava em quase todos os seus livros? A editora era
dirigida por um casal de professores, o Pierluigi e a Betty Fromer Piazzi.
Logo, fazendo isso c/ paixao, e' certo q seria bem sucedido. E foi, rendeu
uma longa serie de + de 30 livros, cujos best-sellers eram 'Aprofundando-se
no MSX' (chegou `a 4a. edicao - o meu ta' autografado!!!), '100 Dicas p/
MSX', '+ 50 dicas p/ MSX', entre outros. Material de primeira, s/ duvida, q
cativou e ajudou a formar consciencia em muitos jovens. + do q computacao, a
Aleph ajudou a formar personalidades. Parabens ao 'tio' Pier por tudo q fez
pelo MSX.

Ja' q eu falei em McGraw-Hill la' em cima, lembrei-me da Byte. E
lembrando-me da Byte, lembrei-me do MSX nos EUA. N tem muito a comentar, foi
um fracasso. A Spectravideo tentou enfiar o MSX nos EUA, assim como a
Yamaha. Infelizmente a 1a. foi bem mal sucedida (n emplacou), e a 2a. so'
conseguiu vender o seu micro p/ acompanhar os seus teclados eletronicos,
junto c/ o seu conjunto de cartuchos usados p/ controlar sintetizadores (O
SFG-05 controlava o lendario sintetizador DX-7, por exemplo). Motivos? Em
resumo: repelencia americana a qualquer coisa estrangeira, marketing
mal-feito e epoca mal-colocada (talvez tivesse + sucesso 1 ano ou 2 antes),
entre outros. A Byte colocou algumas fotos e alguns artigos sobre o MSX da
Yamaha, justamente enfocando esse lado 'musical'.

Enquanto o MSX entrava num buracao nos EUA, em 1986 surgiu aquele famoso
conflito: Pq raios comecou a surgir versoes de jogos p/ Expert e HotBit? Ou
seja, pq eles n eram 100% compativeis? Parecia incrivel, mas depois do
padrao ter sido espalhado por uma dezena de paises, justamente aqui, na
'terra brasilis', os micros feitos aqui n eram totalmente compativeis c/ o
padrao. Eta diacho, q vergonha... Ficou acertado q a Gradiente iria corrigir
algumas coisas do seu micro, fazendo entao a versao + conhecida do Expert: a
versao 1.1. Foram trocadas algumas teclas, mexeram na tabela ASCII
(adicionaram um simbolo de Cz - cruzado - lembram-se do Plano Cruzado, do
bigode do Sarney - 'tudo pelo social', etc.? Entao!) e fizeram umas
mudancas, como um par de tomadas e um conector de forca p/ o K-7. Tudo
tentando compatibilizar ambos os micros.

Mas todos nos sabemos pq tinhamos esses problemas: Os loaders dos jogos
eram fudebas. O Expert tinha a sua RAM no SLOT 2. O HotBit, no SLOT 3. Isso
gerava confusao p/ achar a RAM e enfiar o jogo la'. Logo, podemos supor q os
programadores eram fudebas? E', tb. Mas tb faltava informacao tecnica a
respeito. O 1o. livro q falou a respeito dos slots e das paginas foi o
'Aprofundando', e mesmo assim ele 'n voou muito baixo' no assunto. Depois,
no 'Programacao Avancada no MSX', foi falado + a respeito. Logo, n culpemos
os programadores, `as vezes temos mania de pichar a nos mesmos, brasileiros.
Vamos evitar essa atitude idiota.

Referencias:
- MSX-Micro nos. 3-6.
- Conversa c/ o prof. Piazzi, em Bsb'1997.
- Minha (boa) memoria, + uma vez.

Fim do arquivo.

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Ricardo Jurczyk Pinheiro
Recebida em Tue 21 Dec 1999 - 17:35:22 BRST

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