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| Arquivo no. 005|
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Nota: Pessoal, lembrem-se de q isso tudo q eu escrevi aqui, na
verdade eu tirei da minha memoria. Estou num local nesse momento onde n
tenho nada de MSX 'a mao p/ consultar. Logo, vai pela cabeca mesmo.
Esqueci de explicar quem era o Renato Degiovani. O Renato era um
programador autodidata q comecou no TK-82c, como boa parte do pessoal "das
antigas" da Microsistemas (como Luis Fernandes de Moraes, q passou pelo MSX,
depois pelo Amiga e hj faz videos de festas infantis). Aquele 1 Kb de RAM...
=) O Renato escreveu e publicou na MS o 1o. jogo em Assembly q se tem
noticia numa revista brasileira: "Aeroporto", na MS no. 23. Junto ele botou
um montador Assembly, p/ q a turma do Tk-82c tivesse como digitar aqueles
codigos 'doidos'.
Logo depois, ele lancou o 1o. adventure feito no Brasil, sendo
publicado na MS 27: Aventuras na Selva. Esse mesmo jogo deu origem ao
Amazonia, o + famoso adventure brasileiro, em versoes p/ Sinclair, TRS-80,
MSX e posteriormente, PC. Ele inclusive conta, num artigo interessante (qdo
ele fala de fazer adventures) q na Feira de Informatica de 1984 corria um
boato de q o "Aventuras na Selva" n tinha solucao. Tinha sim... Assim como o
Amazonia. Eu mesmo sei como acabar o Amazonia, mas nunca tive na epoca q
tinha + paciencia p/ jogar uma versao + razoavel (q gravasse em disco),
entao eu 'roi a corda'. Como diria o Luis Moraes, "programadores radicais
dizem q programar adventures e' melhor do q jogar adventures".
Ainda em 1986, uma pequena empresa de Fortaleza, Ceara' fez o q era
o 1o. drive p/ MSX no Brasil. A empresa era a Microsol
(http://www.microsol.com.br), e o drive dela era um de 180 Kb, full (altura
equivalente a 2 baias de 5 1/4"), e a interface era a famosa, famigerada
CDX-2. A Microsol, ate' entao, era conhecida por fabricar perifericos p/ o
TRS-80. Logo, vendo o filao, resolveu aproveitar o mercado nascente e lancar
um drive p/ esse micro novo.
Ai' vem as perguntas:
- Pq eles fizeram uma interface de drive usando portas, nao usando
acesso por enderecos de memoria?
R.: A despeito de todo o celeuma, de q uma e' melhor do q a outra, n
ha' nada no padrao q exija q seja usada a interface por enderecos de memoria
ou por porta. Ha' sim, uma recomendacao no "Hardware Specifications" da
Micro$oft de q fossem usadas interfaces por enderecos de memoria, p/ prever
multiplos drives na mesma maquina. Nada obrigatorio, apenas recomendado.
Todo mundo seguia essa recomendacao, pois quem fazia drives p/ o MSX tinha
acesso a esse material. So' q material como esse, no Brasil... Fala serio,
so' a Gradiente o tinha 'a mao, e vc acha q ela passaria isso p/ + alguem?
Duvide-o-do'. Ninguem sabia se deveria ou nao, se era recomendado ou nao.
So' sabia q era possivel de ser feito, mas n sabia o porque^. O q fez a
Microsol, entao? Pegou o projeto dela, de interface de drive por portas
logicas p/ o TRS-80, adaptou e botou p/ funcionar no MSX. Deu certo, entao
ficou. Dai' se originou a historia do 'padrao Microsol' e do 'padrao Sharp',
q veio depois. P/ o Renato Degiovani, por exemplo, foi uma maravilha, pois
ele ja' programava no TRS-80, transformar o seu trabalho foi algo tranquilo.
- E a Gradiente, pq n lancou o seu drive?
R.: Sinceramente, acho q n lancou por pura fudebagem. No lancamento
do Expert Plus, a dita cuja colocou um drive de 3 1/2" dentro dos seus MSXs
(inclusive o acionador era da mesma marca dos usados nos IBM PS/2), logo
fazer um drive n era nada dificil. Agora, conhecendo a Gradiente, vcs
poderiam imaginar um FDC maluco, canibalizado de antigas estacoes da Cobra,
usando discos de 8", ou coisa ainda pior. N sei se fez tanta falta. Segundo
depois li, a Gradiente cansou de ouvir no seu SAC (Servico de Atendimento ao
Consumidor) a pergunta: Qdo e' q a Gradiente vai lancar um drive p/ o MSX?
Eles respondiam q todos deveriam comprar drives da Microsol. Qdo o usuario
falava: "Mas eu quero um da Gradiente!", eles se calavam, ou desconversavam,
ou diziam q n sabiam. Mas tb a fama dos irmaos Daniel Jose' Burd e Oscar
Julio Burd (diretores de marketing p/ o Expert da Gradiente, se n me
engano), n poderia se esperar muita coisa.
- E a Sharp, pq demorou tanto?
R.: Desconheco seus motivos. N conheco gente q tenha trabalhado na
Epcom na epoca, e q possa contar o q realmente acontecia la' dentro, ao
contrario da Gradiente. Alias, alguem sabe p/ quem a Epcom foi vendida?
- Pq o drive dela era incompativel?
R.: Na verdade a Sharp resolveu seguir o padrao, e botou na rua um
drive cujo acesso era por enderecos de memoria. So' q na epoca, o 'padrao'
era Microsol... Ja' viu, ela foi pichada por estar fazendo o certo. So' q
ninguem sabia o q era o certo, esse era o problema.
- Se o padrao MSXzeiro era disco de 3 1/2", pq usar discos de 5 1/4"?
R.: Simples, naquela epoca o 3 1/2" estava chegando ao Brasil. A
primeira firma a colocar drives de 3 1/2" p/ MSX foi a Technoahead, no final
de 1987 (diga-se de passagem, um drive bem bonitinho!). Ate' entao imperava
o 5 1/4", pq o acionador era + barato. Mesmo assim, n era qualquer um q
tinha drive no MSX: o drive custava + caro q o proprio micro, e cada caixa
de disquetes era uma fortuna. Lembro-me dos tempos q uma caixa de disquetes
era um presente tao caro, q ganhar um de presente era uma extravagancia. So'
p/ vcs terem uma ideia, o 1o. drive de 3 1/2" q surgiu no laboratorio onde
eu trabalhava, na UFRJ, foi em 1993. Tinha um drive de 3 1/2" numa
workstation da Intergraph, mas nos micros, so' a partir do meio de 1993. E
eu ainda andava c/ uma caixa de discos de 5 1/4" na mochila. No MSX, vim
mesmo a usar 3 1/2" qdo comprei o Turbo-R.
- Como era aquela historia da fonte 'quente' e da fonte 'fria'?
R.: Isso era devido ao tipo de fonte q o drive tinha. Os 1os. drives
da Microsol eram c/ fonte quente, ou seja: Aquela desgraca esquentava pacas.
Como era tudo um conjunto so' (como a da DDX - no caso da DMX e da
Technoahead, a fonte era separada do drive), esquentava todo o conjunto. C/
isso, tudo ficava quente. Na redacao da Microsistemas, ficou conhecida a
historia do sujeito q queimou a mao ao apoia'-la sobre um drive da
Microsol... Serio, foi queimadura de 1o. grau.
Ah, uma outra historinha: Todos sabem q o q importa no MSX era a
interface, nao o acionador. Um amigo meu presenciou (e me contou
posteriormente) um drive dar defeito e soltar uma fumaca de cor verde. Isso,
VERDE! Adivinha qual era a marca? E', quem disse Racimec acertou. Ja'
pensaram num MSX feito por ela? No minimo a fumaca q sairia da fonte seria
da cor do arco-iris!
O drive foi o periferico + vendido p/ MSX c/ certeza, pois somente
tendo um, vc poderia usar a MegaRAM, q foi o 2o. periferico + vendido! =) A
Microsol fez alguns outros perifericos p/ MSX, como um gravador de EPROM e
um cartao de 80 colunas (por sinal preto - alguem ja' viu um?). Reza-se a
lenda de q eles tinham um expansor de memoria (provavelmente um padrao
proprio) pronto, e q estavam portando o Lotus 1-2-3 p/ o MSX, c/ esse
expansor. So' n fizeram por causa da pirataria. Isso foi o q eu li, mas n o
q eu acredito... Creio q esse era o objetivo, mas como o codigo do 1-2-3 era
fechado, talvez uma outra planilha estivesse sendo portada, p/ competir c/ o
Supercalc 2, convertido do CP/M p/ o MSX (assim como o dBase II Plus).
Seguindo o rastro da Microsol, surgiram outros acionadores de disco,
e outras interfaces: Sharp, Technoahead, Laser, DDX, DMX, entre outras. N
lembro de todas, mas houveram outros tb. Falando em DDX, confesso em publico
q eu dei muito dinheiro p/ aqueles safados: kit de 2.0, drive, MegaRAM... Se
eu soubesse... Mas eu n sabia. Em breve a gente fala sobre a DDX e da MegaRAM.
Antes q eu me esqueca, somem + essa fudebice da Gradiente: Trocou o
nome das teclas CODE e GRAPH p/ R GRA e L GRA. Acostumei tanto q ate' hj eu
me enrolo...
Referencias:
- Microsistemas de 1983-1984, 1986.
- MSX-Micro no. 8-10.
- CPU-MSX no. 10-15.
- Conversa c/ o prof. Piazzi.
- Minha (boa) memoria, + uma vez.
Fim do arquivo.
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Ricardo Jurczyk Pinheiro
Recebida em Tue 21 Dec 1999 - 17:37:31 BRST